A empresa de consultoria europeia Research Solutions conduziu uma pesquisa que descobriu que o uso da identificação por radiofrequência (RFID) para acompanhar o trabalho em progresso (WIP ou work in process) na indústria automotiva alemã é mais amplo do que o esperado.
A pesquisa, realizada no primeiro semestre de 2017, descobriu que quase 100 empresas vendem soluções ou tecnologias baseadas em RFID para fabricantes alemães. Quando comparados com pesquisas similares realizadas em outros países em anos anteriores, dizem os pesquisadores, o estudo indica que o mercado vem crescendo rapidamente neste setor.
“Realizamos esta pesquisa de mercado especificamente para a Alemanha, a fim de poder dar uma luz sobre as peculiaridades do mercado alemão de sistemas RFID”, diz Leo Gergs, gerente de conta chave da Research Solutions para a Alemanha. Os pesquisadores informam que o setor de aplicativos mais destacado foi em automação industrial e de planta para a indústria automotiva. Gergs já estudou os mercados francês e italiano e encontrou áreas de crescimento muito diferentes com base em verticais.
Enquanto a tecnologia RFID está ganhando mais tração no setor de varejo na Itália e em algumas outras partes da Europa, na Alemanha a tecnologia está sendo usada com mais frequência para aplicações industriais, especialmente na produção automotiva. O estudo descobriu que a maioria dos componentes RFID estão sendo utilizados pelos fabricantes de equipamentos originais alemães (OEMs).
Como muitos fornecedores de produtos baseados em sensores já estão servindo a indústria alemã, as soluções RFID estão atingindo o mercado de empresas como Balluff, Siemens, SICK, Feig Electronics, IFM e Honeywell.
Empresas que têm fortes relações de trabalho com OEMs, diz Gergs, têm acesso mais fácil aos clientes. Essas empresas, explica, já são pesos pesados no mercado RFID alemão, porque construíram tecnologias de sensores para fabricantes de máquinas há muito tempo e, portanto, conhecem muito bem o cenário dos fabricantes de máquinas”.
Como resultado, acrescenta Gergs, tem sido mais difícil para empresas de tecnologia RFID não-alemãs (como Impinj, Zebra Technologies ou Mojix) capturar uma participação de mercado significativa no mercado alemão. Esta tendência é muito diferente, diz ele, do que em mercados como o Reino Unido para componentes RFID, uma vez que não há uso intenso para a automação de plantas nesse país.
Para realizar o estudo, a Research Solutions conduziu entrevistas telefônicas com 95 fornecedores de tags, leitores, escritores e antenas, todos ativos no mercado de tecnologia RFID industrial da Alemanha. “Nós não enviamos apenas questionários preenchidos pelos entrevistados”, diz Gergs. “Nós acreditamos que a informação que você pode reunir durante uma conversa telefônica é muito mais densa”.
Os pesquisadores imediatamente notaram o quanto o mercado está crescendo, diz Gergs. Por exemplo, relata, havia apenas 60 fornecedores de componentes RFID no mercado italiano há três anos, enquanto atualmente existem 95 na Alemanha. Cinquenta dos 95 fornecedores consultados são originários de outros países que não a Alemanha, enquanto 45 são alemães. “Todas as nossas entrevistas telefônicas foram realizadas por funcionários do idioma nativo com pelo menos mestrado”, diz, então, neste caso, apenas nativos alemães realizaram as entrevistas.
Como este foi o primeiro estudo da empresa destinado a examinar o uso de RFID na Alemanha, diz Gergs, alguns pontos importantes devem ser compreendidos: fragmentação do mercado, foco industrial e potencial futuro para o setor de varejo. No que diz respeito à fragmentação, diz, é um desafio para cada empresa obter uma visão abrangente de como há tantos fornecedores ativos no mercado.
Além disso, diz Gergs, havia um grande número de fornecedores. “Quando começamos o planejamento do projeto”, lembra, “nós mesmos ficamos surpresos com este número”. Quando comparado ao de fornecedores no estudo anterior italiano, observa, houve pelo menos um aumento de 30% nas empresas RFID a serem pesquisadas. “Isso dá uma ideia de quão rápido o mercado está crescendo hoje”.
No que se refere ao futuro desenvolvimento de RFID, Gergs prevê que a Alemanha experimentará crescimento no uso da tecnologia RFID UHF no mercado varejista. “Mesmo que o setor de varejo e moda ainda esteja atrasado [fabricação]”, ele afirma, “existem alguns gigantes de varejo que atualmente tentam implementar RFD”. Como exemplos, ele cita o supermercado alemão LIDL, a rede de moda holandesa C&A, e a varejista de produtos eletrônicos de alimentos e consumidores Metro Group).
No setor automotivo, a tecnologia RFID garante a precisão da montagem. Por exemplo, a Audi está utilizando RFID para rastrear veículos recém-construídos à medida que se movem pelo acabamento de trabalho e transporte, na Alemanha também como em outras plantas. E em 2015, o programa Protótipo Transparente Volkswagen AG teve base na tecnologia RFID, bem como em códigos Data Matrix em peças protótipos instaladas em um veículo para eliminar a necessidade de documentar esses componentes manualmente.
O relatório consiste com perfis detalhados de cada fornecedor, diz Gergs, cada um contendo uma descrição de como cada componente é usado. Como tal, o estudo também mostra a grande variedade de maneiras pelas quais a tecnologia RFID pode ser aplicada. Os resultados completos do estudo podem ser acessados no site da pesquisa.
As tags RFID dos componentes podem ser interrogadas várias vezes. São lidas pela primeira vez após a chegada de um fornecedor, para garantir que cada um é o componente certo e que o fornecedor o montou corretamente. Em segundo lugar, podem ser lidas durante a linha de montagem, de modo a monitorar o processo de montagem de cada carro.
Em seguida, diz Gergs, a empresa planeja realizar estudos similares em outras partes da Europa. “Nossa ideia é ampliar o programa e fazer esse tipo de estudos para outros países também”, afirma. “No momento, fizemos esses estudos nos mercados alemão, italiano e francês”.
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