Mudança nas regras pode encarecer transporte de carga

O marco regulatório do transporte de cargas que deve colocar novas normas no setor só será finalizado em 2018, segundo a previsão do relator do projeto na Câmara dos Deputados, o parlamentar Nelson Marquezelli. O setor produtivo, no entanto, está preocupado com o texto atual, que pode gerar novos custos.

Segundo o conteúdo original, fica estabelecido um período mínimo de oito horas de descanso diário para motoristas, o que daria mais segurança e qualidade de vida aos caminhoneiros. Outro item fala sobre o tempo em que o motorista fica parado no fila dos portos, que atualmente é contabilizado como descanso para o empregado e a nova legislação pretende que o período seja contado como horas trabalhadas.

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Com essas mudanças, as transportadoras não descartam que os custos possam ser repassados nos fretes. “Todo segmento, quando impõe algum tipo de regulamentação acaba envolvendo custos. Não tenho dúvidas que, a partir do momento que nós tivermos regulado, isso irá gerar um custo que será passado para o contratante. No caso específico do agronegócio, com certeza a conta vai ser um pouco maior para o produtor”, disse Miguel Mendes, da Associação dos Transportadores de Carga do Mato Grosso.

Esta é a maior preocupação dos produtores que têm no transporte um dos maiores custos na hora de produzir. “A gente gostaria desse disciplinamento, mas gostaríamos também que não gerassem custos e que não imponha custos no transporte rodoviário de carga, que é um componente muito forte nas nossas planilhas de custos”, relatou o diretor da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), Roberto Queiroga.

Depois de dois anos de discussão , o relatório para a criação do marco regulatório do transporte rodoviário de cargas foi apresentado na última semana, em uma comissão especial da Câmara dos Deputados. Com isso, o prazo para a apresentação de emendas foi aberto e a previsão é de que sejam discutidos em cinco sessões para que o texto siga para o Senado, o que deve ocorrer apenas em 2018.

“Acredito que a Câmara resolva até novembro e ficará para o início do ano a aprovação do Senado, se eles quiserem. Eles podem fazer um ato contínuo e já aprovar na Casa, mas acredito que isso seja muito difícil”, comentou Nelson Marquezelli.

O setor não descarta apresentar emendas aos membros da comissão que fazem parte da bancada ruralista. “Estamos avaliando o texto há algum tempo e vamos nos reunir para envolver a Frente Parlamentar da Agropecuária e discutir com eles quais as medidas para podermos trabalhar juntos nas emendas”, concluiu Queiroga.

Fonte: Blog do Caminhoneiro

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